sexta-feira, 20 de junho de 2014

Base governista mantém impasse na decisão do candidato ao governo; Lúdio pode ficar de fora do pleito este ano

Tarley Carvalho / Muvuca Popular

A base governista continua com o impasse sobre quem irá encabeçar a candidatura ao governo do Estado. Restando apenas 10 dias para o prazo das convenções partidárias se esgotar, o grupo ainda não conseguiu definir entre os três nomes postos. Os pré-candidatos são o ex-vereador por Cuiabá, Lúdio Cabral (PT), o vice-governador, Chico Daltro (PSD) e o ex-juiz federal Julier Sebastião da Silva (PMDB). Um dos motivos do impasse é que, aparentemente, o único que está disposto a abrir mão do cargo, é o peemedebista, que, segundo rumores, é o preferido para representar o grupo.
O sonho da base era que o senador, e ex-governador de Mato Grosso, Blairo Maggi (PR), decidisse encabeçar a disputa. Ele tem forte popularidade e seria o candidato para disputar com o também senador Pedro Taques (PDT). Os rumores de que Maggi seria candidato duraram até mês passado, apesar de ainda existir aqueles que não descartaram totalmente essa opção, mas virou fumaça após a deflagração da quinta etapa da Operação Ararath, da Polícia Federal. Maggi, que estava no exterior, foi um dos investigados da Operação. O senador não gostou de ter seu nome envolvido e chegou a afirmar que, após o término de seu mandato, em 2018, deixará a política.
Mesmo apostando em Blairo Maggi, a base apostou em uma alternativa, Julier Sebastião. O ex-magistrado era o cotado para, sem o senador, assumir a candidatura. O plano era que o PT liderasse a chapa destas eleições, inclusive, Julier se filiaria ao partido, que já militou quando mais jovem. Contudo, Lúdio Cabral agarrou a pré-candidatura e, para evitar desgastes antes mesmo de iniciar o período eleitoral e um novo racha petista, o ex-juiz decidiu por se filiar ao PMDB.
Lúdio, que seria candidato a deputado federal, acabou por ser lançado como pré-candidato ao governo do Estado. O petista ganhou como padrinho o deputado federal Valternir Pereira, que defende Lúdio ao Palácio Paiaguás. Isso porque, caso Lúdio viesse mesmo a disputar a Câmara dos Deputados, seria um forte concorrente a Valtenir, cuja principal base, assim como o petista, também está em Cuiabá. O deputado tem, inclusive, acompanhado Lúdio em algumas de suas viagens.
Já o PSD não abre mão de que Daltro seja o candidato, uma vez que ocupa a vice-governadoria e deseja ganhar destaque no quadro político. É um desejo óbvio, afinal, disputar para vice, novamente, uma vez que não há reeleição para o atual governador, não é estratégico. Acontece que Chico Daltro não é conhecido pela população e, até o momento, não tem destaque nas pesquisas eleitorais que, por hora, demonstram mais a popularidade de cada nome do que efetivamente as intenções de voto.
O provável é que Julier assuma a candidatura, o problema será na escolha do vice. Chico Daltro não deseja o cargo e Lúdio Cabral gosta de colocar seu protagonismo em prática, tornando pouco provável sua participação à sombra de outro nome, que irá brilhar mais que o dele. Assim, o caminho parece estar fechado para o petista: não pode disputar a deputado federal porque enfrentará Valtenir; como deputado estadual, Lúdio enfrentaria o ex-secretário de Administração do Estado, Francisco Faiad (PMDB), que disputou a Prefeitura de Cuiabá como vice de Lúdio, em 2012; o Senado não há espaço, pois a base já confirmou o deputado federal Wellington Fagundes (PR) para a disputa.
Caso Julier seja mesmo o nome, restará ao petista aceitar ser vice ou trabalhar a campanha para 2016 à Prefeitura de Cuiabá, o que pode ser considerado mais estratégico. O ex-vereador, em sua primeira disputa a uma majoritária, levou as eleições ao segundo turno, alcançando a margem de 45% dos votos válidos.
Mauro Mendes, atual prefeito de Cuiabá, que derrotou Lúdio Cabral nas urnas em 2012, tem recebido diversas críticas em seu 1 ano e 6 meses de mandato. Se o ex-vereador decidir não disputar a eleição, e trabalhar na campanha da base apenas como um líder político, consegue manter seu nome fora do desgaste de um pleito, o que lhe garante tempo e preparo para poder enfrentar Mendes novamente em 2016.
Decisão

O grupo decidiu conceder a cada um dos três pré-candidatos o tempo de 30 minutos para que defendam suas candidaturas ao governo do Estado na próxima semana.

Nenhum comentário:

Postar um comentário