Fernanda Souza
Foto: IGNews |
Muita gente duvidava da
capacidade da capital mato-grossense em sediar um evento tão grandioso como é a
Copa do Mundo. Para os de pouca fé, teve copa sim! Que chegou, foi embora e
deixou saudades. Foram quatro jogos, oito seleções e uma multidão de torcedores
estrangeiros que invadiram Cuiabá para a Copa do Pantanal.
Os primeiros a chegarem
foram os chilenos, mais de vinte mil torcedores, uma verdadeira “invasão
vermelha” que mudou totalmente a rotina da cidade. Alguns vieram de avião,
outros de carro e até de ônibus em caravanas, e logo mostraram a população
local, que a copa do mundo tinha começado. As ruas e centro da cidade ficaram
cheios de torcedores, não demorou muito para os de casa se render aos
visitantes, agora todos queriam ver e ouvir os ‘turistas’, e aos poucos dava
para entender a diferença entre assistir uma copa pela televisão e fazer parte
de uma.
O estudante de designer de
interiores João Luiz Queiroz, 24, soube aproveitar o momento, além de conhecer
outras culturas ele pôde treinar seu espanhol, “Eu aproveitei a presença dos
turistas para treinar o meu espanhol, foi uma boa experiência, pude conhecê-los
e fazer bons contatos. Estive na Arena Pantanal, no centro da cidade e também
na Fifa Fan Fest, e pude ajudar alguns turistas a andar na cidade, pegar ônibus
e chegar à Arena”, conta.
Muita gente se rendeu ao
carisma dos torcedores, foi uma mistura agradável, além dos
chilenos, vieram os
australianos, russos, coreanos, nigerianos, bósnios, colombianos e os
japoneses. Perdendo ou ganhando, depois do jogo na Arena Pantanal, as torcidas
se reuniam para comemorar. A Praça 8 de abril e a Praça popular, eram os pontos
preferidos dos torcedores, brasileiros ou não, ali já não havia rivalidade mas
sim confraternização.
Foto: Edson Rodrigues/Secopa |
“Optei por comemorar as
partidas na praça popular, por ser um lugar tradicional, ali pude viver
experiências maravilhosas. Conheci muita gente daqui e de fora. Os chilenos e
colombianos foram os mais animados e comunicativos, os australianos eram mais
tímidos. Fiz amizades com muitos turistas, e o que facilitou foi o fato de eu
dominar o espanhol e entender um pouco de inglês”, declarou o programador Edmar
Sena.
Tudo era festa, e fez até
a população esquecer que das 56 obras da copa apenas 18 foram entregues, que o
VLT ficará pronto (talvez) em 2015, que semanas antes do início do mundial, foi
deflagrada a operação Ararath, envolvendo políticos do Estado, que resultou na
prisão do Deputado Estadual José Riva (PSD) e do ex-secretário da Secopa, Eder
Morais, que o Pronto Socorro Municipal de Cuiabá, apareceu em rede nacional
como um dos piores do país.
Esquecer por enquanto,
afinal, como todo visitante, os torcedores vieram e foram embora, e o que ficou
mesmo foram os velhos problemas de sempre. A copa em Cuiabá realmente surpreendeu, não pela
estrutura, mas sim pelas torcidas e interação entre os visitantes e os
cuiabanos e várzea-grandenses, que, aliás, foram muito elogiados, deram um show
em hospitalidade e recepção.
Foto: Secopa-MT |
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